Não há dúvida de que essa idéia de mentalidade sadia é inadequada como doutrina filosófica, porque os fatos maléficos que ela categoricamente se recusa a explicar são uma porção genuína da realidade; e eles podem ser, no fim das contas, a melhor chave para a compreensão do significado da vida e, possivelmente, os únicos que podem abrir os nossos olhos para os níveis mais profundos da verdade.
Este artigo concentra-se mais de perto no nosso mal ou ignorância enquanto fonte de toda a nossa infelicidade.
Não é fácil encarar o nosso próprio mal. Fazê-lo requer grande coragem e também grande compaixão em relação a nós mesmos. Você pode ser tentado, em algum ponto no decorrer deste artigo, a abandonar a sua leitura e não voltar mais a ele.
Existe, também, um estado no qual você pode viver sem confusões dolorosas e torturantes, no qual você pode atuar num nível de flexibilidade interior, de contentamento e segurança; no qual você é capaz de sentimentos profundos e de enorme prazer; no qual você tem a capacidade de encarar a vida como ela é, sem medo, e portanto é capaz de descobrir que a vida, mesmo com os seus problemas, é um desafio prazeroso.
Muitos caminhos espirituais ensinam que a maneira de lidar com as grandes e pequenas negatividades que todos nós temos é elevar-se acima delas, transcendê-las. Segundo essa ideia, parece que, se voltarmos sempre a nossa atenção para o verdadeiro, para o bom, para o belo, o eu inferior vai se desfazer. Este artigo afirma que o método de “elevação” não funciona; que ele representa um desejo ineficaz e uma negação, e conduz a repressão e a uma subseqüente ação negativa não reconhecida. O artigo ensina que o eu inferior deve ser transformado e não transcendido.
Existe uma “corrente de negação” inconsciente que sabota os nossos desejos conscientes; descreve os desequilíbrios entre o ego e o Eu Superior e o modo como eles precisam ser corrigidos; mostra como a postura de se entorpecer em relação à dor é uma das principais causas da negatividade pessoal; e como o fato de termos aprendido a ligar o princípio de prazer a ocorrências negativas perpetua o eu inferior.
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